"Foram sessões à porta fechada, bastante intensivas, para mostrar um pouco da produção de cinema português que achamos que tem potencial internacional, para chegar mais longe", afirmou à agência Lusa Ana Isabel Strindberg, uma das responsáveis pela Portugal Film.
Sobre as sessões, Ana Isabel Strindberg referia-se às "Lisbon Screenings", uma atividade paralela ao festival IndieLisboa, com apresentações e visionamento de filmes para distribuidores, programadores e diretores de festivais, mas que ganhou novo impulso por causa da criação da Portugal Film.
Esta agência, formalizada em janeiro, tem estado a criar uma carteira de projetos portugueses - filmes já terminados e outros em fase de finalização - com o objetivo de os colocar no circuito internacional, em sala ou em festival.
Desse catálogo, ainda pequeno, avisa Ana Isabel Strindberg, estão alguns dos filmes que integraram a competição do IndieLisboa, nomeadamente as longas-metragens "Gipsofila", de Margarida Leitão, e "A toca do lobo", de Catarina Mourão, e as curtas "Cinzas e brasas", de Manuel Mozos, e "Para lá do Marão", de José Manuel Fernandes.
A Portugal Film aposta ainda em "Tenho um rosto para ser amado", de Francisco Valente, "O rebocador", de Jorge Cramez, e as quatro curtas-metragens, reunidas sob o nome "Aqui em Lisboa", rodadas por Denis Côté, Dominga Sotomayor, Gabriel Abrantes e Marie Losier, a convite do IndieLisboa.
Entre os projetos que estão ainda por finalizar contam-se o documentário "A man with a box", de Marco Martins, rodado na Índia, a ficção "Ama-San", de Cláudia Varejão, e a curta-metragem "Balada de um batráquio", de Leonor Teles.
No âmbito do IndieLisboa, nas sessões de visionamento e apresentação de filmes estiveram presentes 14 representantes de festivais como Locarno, Roterdão, Veneza, Berlim, Toronto e Belfort.
Ana Isabel Strindberg afirmou que "tem havido um grande interesse pelo cinema português", mas o mercado é "extremamente competitivo" e o trabalho da Portugal Film só funciona se for numa rede de trabalho internacional e encarado como um grupo de pressão.
A Portugal Film já esteve este ano nos festivais de Berlim, Roterdão e Clermont-Ferrand e prepara agora trabalho para apresentar este mês em Cannes.
A agência de internacionalização conta com um apoio financeiro de 45.000 euros do Instituto do Cinema e Audiovisual a repartir por três anos.